Uma ciência de muitos cheiros

Aromatologia* (parte 1)

Uma ciência de muitos cheiros

* estudo científico dos óleos essenciais

destilador-alquimistas

Desde a época do antigo Egito, há mais de 4 mil anos, que o interesse pelos óleos essenciais por parte da humanidade é grande. Nesta época, os óleos eram empregados nas mais diferentes formas, em usos cosméticos, medicinais, religiosos e até no processo de embalsamento das múmias.

No decorrer da história, por cerca de mil anos depois de Cristo, nada se sabia sobre as essências aromáticas das plantas, até que Avicena, médico e cientista Persa, descreve em um livro, no ano mil, o método da destilação.

Séculos depois na Europa, iniciam-se as primeiras destilações de plantas aromáticas, num cenário místico dentro da prática e estudo da alquimia medieval. É resgatado neste momento a concepção de que o óleo essencial era a “alma das plantas”, conceito este originário da prática da Alquimia no antigo Egito. Eles acreditavam que o óleo essencial era a máxima expressão do aprendizado e compreensão de uma entidade vegetal, que vivendo uma infinidade de situações durante sua evolução no planeta, conseguiu registrar seu aprendizado em uma complexa mistura de moléculas com informações preciosas.

Em um óleo essencial, cada componente possui um efeito e está ali por uma razão estratégica. Um dado composto pode trazer informações de propriedades antibióticas, antiinflamatórias e antioxidantes. Outro está ali visando inibir uma enzima em micróbios que lhes conferiria resistência ao princípio ativo anterior. Um terceiro composto age como imunoestimulante e um quarto como repelente e inibidor da germinação de sementes de ervas daninhas. Assim, se pensarmos que um óleo essencial possui às vezes mais de uma centena de compostos com funções variadas, chegamos a encontrar num único óleo essencial mais de mil informações genéticas sendo passadas pela planta. Estas informações são dados preciosos que nosso corpo pode absorver de forma quântica (energética), espiritual e farmacológica.

Na natureza, animais e seres humanos podem se mexer e emitir sons, mas as plantas são seres imóveis e silenciosos. Precisaram encontrar outro meio para se expressar, e foi aí quando surgiu o óleo essencial, que pode ser descrito como o “verbo vegetal”, o meio através do qual as plantas falam.  Sentir o cheiro de um aroma é como ouvir uma música, “ouvir um cheiro” com o nariz, o “canto que não é de um pássaro, mas de uma planta”.

Estudos científicos já provaram que as plantas possuem receptores a moléculas aromáticas, ou seja, possuem olfato sentindo cheiro umas das outras. E, a cada mil plantas com flores (angiospermas), somente uma recebeu o dom de falar o que sente e aprendeu pelo cheiro.

Conforme as experiências que um vegetal aromático vai vivendo e o aprendizado que vai sendo firmado em seu material genético, modificações nos compostos aromáticos que ele emite vão acontecendo, acompanhando aquilo que ele aprendeu e quer expressar. É como um pássaro que durante a caminhada evolutiva modifica gradativamente seu canto.

alma das plantas

Texto editado, retirado do original:

Por Fabian Laszlo

Aromatólogo e empresário

Diretor da Laszlo Aromaterapia e do Instituto Brasileiro de Aromatologia

www.laszlo.com.br

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