Por que usar tantas e diferentes práticas de trabalho no campo energético? Qual o melhor caminho? Qual técnica utilizar?
Quando iniciamos um caminho de trabalho energético, um lindo e maravilhoso mundo se nos abre ao nosso coração e à nossa mente… São tantas as redescobertas… tantas as maravilhosas transformações em nosso sistema… tantas portas que se nos abrem em nossa percepção, em nosso coração que rapidamente nos surpreendemos pensando e vendo o mundo de forma extremamente diferente daquela a que estávamos acostumados até então.
Nesse momento, vários processos diferentes ocorrem dentro de nós.
Uma parte de nós se descobre sedenta por mais e mais conhecimentos, por mais e novas e intensas descobertas, por mais insights e percepções. É a parte que nos leva a um encantamento e a uma felicidade quase infantil , como se criança fôssemos adentrando em um mundo que, porque não entendemos completamente, se nos parece mágico. Como crianças, experimentamos, brincamos e nos vemos sorrindo com tantas e esplendorosas novidades e experiências. E desbravando os mundos , vamos buscando novos e diferentes caminhos que por sua vez desperta mais e mais nossa curiosidade e nossa sede por outros diferentes caminhos. Torna-se uma viagem sem fim e quando acreditamos que agora sim achamos o nosso lugar, rapidamente nosso coração sai da acomodação e pede por mais outro lugar.
Nesta busca, vamos de uma prática a outra, de um caminho a outro e sempre nos deparamos com a mesma verdade: são tantos os diferentes caminhos e todos os caminhos são um único e consistente caminho…
”Qual o caminho melhor?”, “Qual o caminho mais rápido?”, nos vemos a perguntar nos obrigando a escolher sem que percebamos que, na verdade, todos os caminhos são melhores, todos os caminhos devem ser os escolhidos, se nos falam ao coração, pois, sim, são tantos e diferentes os caminhos, mas são todos um único e consistente caminho: o caminho da unificação, o caminho que nos leva a nossa verdade, que nos abre a consciência para um relembrar contínuo e persistente de quem realmente somos e para onde realmente vamos. O caminho que apazigua, que fortalece, que abre todas as multidimensões para ancorar todos os céus em nós e ao redor de nós… um caminho que acalenta, que nutre , que fortalece até nos transformarmos em rochas, firmes, sólidas, mas igualmente maleáveis pelo despertar da amorosidade e sensibilidade. Um caminho que sustenta e desafia, que movimenta nosso interno e nosso mundo externo , que transforma, que transfigura, que recria o antigo ser.
E se todos os caminhos são um único e mesmo caminho, voltamos a nos perguntar, ainda desbravando e experimentando, porque nosso coração e nosso ser pede por tantos diferentes rumos? Por tantos diferentes aspectos?
Sim, diferentes aspectos é a chave que nos explica a sede insaciável… diferentes perspectivas, diferentes faces, diferentes informações, diferentes sentidos , portanto, diferentes portas a conduzir a trabalhos diferentes em planos internos diferentes em nós… Vários em um e um em vários, para moldar os múltiplos aspectos de nosso ser, as múltiplas facetas de nossa alma…
Não se trata de escolha, não se trata de priorizar um ao outro, não se trata de julgar em escala a propriedade de um ou outro, ou julgar qual o melhor ou pior que o outro. Trata-se de reconhecer os diversos aspectos e as diversas facetas e de perceber o que usar, o que explorar para trabalhar os diferentes tempos e ritmos em nós… Trata-se de multiplicar e unificar e não excluir…Trata-se de perceber o nosso momento e o que é melhor para o dado momento em nós. Tantos caminhos porque tantos somos em diferentes momentos e em diferentes níveis de nosso ser…Tantos aspectos de um único e final objetivo porque múltiplos somos em nosso caminhar e múltiplos somos em nós mesmos, um conjunto de centelhas que se sub-dividem e se unificam em diferentes lugares, em diferentes tempos, em diferentes dimensões. O que rege nossa escolha e nossa necessidade é a percepção interna e muitas vezes inconsciente de onde estamos, de quantas centelhas em nós estão deslocadas ou unificadas, em dados momentos de nossa caminhada , de nossa trajetória.
Crianças que somos ainda, inebriados por tantas novas verdades, acreditamos que vivemos num mundo de exclusão, num mundo dual, em que somos obrigados a escolher entre este ou aquele, entre o verdadeiro e o errado. E justo escolhendo e nos dividindo, vamos amadurecendo, guiados pelo amor que tudo revela a nós, para descobrirmos na maturidade de nosso processo e de nosso caminhar que não, não temos que escolher, não há o certo ou o errado, não precisamos optar… antes, a verdade é a verdade do nosso momento, o correto é aquilo de que estamos precisando num dado tempo, a opção é apenas pelo caminhar… Não há o externo, e não há nada além de nós. Técnicas, caminhos servem apenas para nos ajudar a andar, a despertar, a focar, a olhar …técnicas e caminhos servem apenas para nos ajudar a unificar. Unificar a Luz dentro e fora de nós…Unificar os nossos conhecimentos em diferentes níveis de nosso ser… unificar as verdades de nosso coração, unificar os diversos caminhos e facetas do caminhar. Todos os caminhos são lindos caminhos desde que no amor e na integridade, todos os caminhos se completam e se complementam, se no amor e na verdade, todos os caminhos redescobrem e despertam novos e lindos caminhos, desde que no caminhar constante.
Um belo dia , todos os caminhos se transformam num único caminho, pois atingimos o final de um caminhar. Neste momento, então, atingimos também a maturidade, atingimos a verdade, atingimos a autonomia e a liberdade. Técnicas , caminhos não se fazem mais necessários, pois somos a unificação de tudo em nós… somos aquilo que buscamos e desejamos e por algum tempo, ou por muito tempo simplesmente descansamos nesta realidade e nesta verdade até que saciados do esplendor alcançado, nossos olhos focam e vêm outra dimensão, outro degrau a alcançar, outro caminho a percorrer e por onde caminhar.
Novamente nos levantamos e recomeçamos. Novas técnicas, novos caminhos, novo lugar a alcançar…e como numa espiral vamos subindo e subindo até atingir o novo patamar… E o caminho antigo? E as técnicas antigas? E o conhecimento já adquirido? São estes os alicerces, são eles as bases, são eles o guia… como alicerces firmes e sólidos eles permanecem com lugar especial em nosso coração para serem repaginados, transfigurados, recolocados na nova verdade, nos novos aspectos de nosso ser, mas sempre permanecerão porque sempre terão seu espaço e sua missão no acalmar o caminhar, no guiar o novo despertar… Com um novo entendimento, com uma nova Luz, com novos portais, eles se apresentam, se recriam, descortinando novas facetas de sua sempre verdade, as facetas que estamos agora aptos a enxergar e conhecer. Mas são e serão sempre instrumentos e caminhos perenes, disponíveis e abertos a nos ajudar. O que mudam não são eles, mas nós em relação a eles…o que fazem não são também determinados por eles, mas por nós a medida que nos abrimos a eles…tesouros antigos, adquiridos por direito divino, eternos em nosso caminhar.
Com todo meu amor
Maria Tereza Cunha